Bio
D. Afonso Henriques (1109?-1185)

O primeiro rei de Portugal, impôs-se à mãe e à coroa de Castela através das armas para criar um novo reino.
Sobre D. Afonso Henriques (1109?-1185) existem mais dúvidas do que certezas. Não se sabe ao certo a data ou o local de nascimento do primeiro monarca português. Guimarães costuma ser apontada como local provável, mas há outros candidatos como Viseu ou Coimbra.
Vida
1109 a 1111?
Nascimento
Nos dias de hoje, a data que reúne maior consenso aponta para o verão de 1109. Alguns autores defendem Viseu como local de nascimento de Afonso Henriques, dado a mãe estar documentada nessa povoação por volta desse ano, e ainda a probabilidade de ter nascido em Agosto enquanto outros autores, baseando-se em documentos que remontam ao século XIII referem a data de 25 de julho do mesmo ano. No entanto, já foram defendidas outras datas e locais para o nascimento do primeiro rei de Portugal, como o ano de 1106 ou de 1111 (hipótese avançada por Alexandre Herculano após a sua leitura da Crónica dos Godos).[carece de fontes] Tradicionalmente, acredita-se que terá nascido e sido criado em Guimarães, onde viveu até 1128.Outros autores, ainda, referem Coimbra como local provável para o seu nascimento. O local de batismo também se encontra em discussão: tradicionalmente o local é apontado como sendo na Igreja de São Miguel do Castelo, em Guimarães, no entanto há dúvidas por causa da datação da consagração da Igreja, feita em 1239. Há quem defenda a Sé de Braga como o local onde foi batizado pelo Arcebispo São Geraldo.
1112-1127
Condado Portucalense
Afonso ficara órfão de pai com apenas três anos (provavelmente pois a data de nascimento é disputada). De facto, o pai do infante faleceu em Astorga, a 12 de maio de 1112. Como sucessora natural do marido e sua co-governante desde a sua criação em 1096, Teresa comandava sozinha os destinos do Condado Portucalense. Uma das suas mais importantes ambições era ver reconhecido o seu estatuto como legítima herdeira de seu pai, Afonso VI de Leão (como aliás a sua irmã Urraca de Leão). Para isso revoltou-se várias vezes contra a sua irmã e empreendeu grandes conquistas para leste, chegando inclusive a intitular-se Rainha de Portugal, por direito próprio, a partir de 1116, sendo reconhecida como tal pelo Papa Pascoal II, pela sua irmã, Urraca de Leão e, posteriormente, por seu sobrinho Afonso VII de Leão. Assinou mesmo como Ego regina Taresia de Portugal regis Ildefonssis filia.
1120–1128
Revolta
Entre 1120 e 1128, Egas Moniz, tutor de Afonso Henriques, começou a se opor ao crescente domínio dos nobres galegos, especialmente Fernão Peres de Trava, que exercia forte influência sobre a condessa Teresa e chegou a ser tratado como príncipe consorte. Preocupado com a perda de autonomia do Condado Portucalense e com o futuro do infante, Egas Moniz fomentou a insatisfação da nobreza local e influenciou politicamente Afonso Henriques, que passou a ver os galegos como inimigos da sua herança.
Por volta de 1120, Afonso, então com cerca de 11 anos, passou a integrar a corte condal, onde atuou politicamente ao lado da mãe até 1127. Nesse período, foi influenciado pelo arcebispo de Braga, Paio Mendes, que o levou consigo após ser forçado a sair do condado. Em 1125, Afonso se armou cavaleiro em Zamora, sinalizando sua autonomia política.
A rebeldia contra a mãe intensificou-se entre 1127 e 1128, com ações políticas como a carta de couto à ermida de S. Vicente de Fragoso e o apoio de Egas Moniz a novas medidas contra Teresa, mesmo promovendo reconciliações temporárias para proteger o infante. Esse período marcou o início da oposição aberta de Afonso Henriques à influência galega e à autoridade da mãe, preparando o caminho para a sua ascensão.
1139
Batalha de
Ourique
Em 25 de julho de 1139, Afonso Henriques obteve uma vitória decisiva contra os muçulmanos na Batalha de Ourique, cujo local exato permanece incerto. A batalha contou com a participação de companheiros de infância de Afonso, como Lourenço Viegas de Ribadouro e Gonçalo Mendes de Sousa, que atuaram na retaguarda. Após a vitória, é provável que Afonso tenha sido aclamado rei pelos seus cavaleiros, sendo erguido sobre o escudo já ostentando as armas reais com os cinco escudetes em cruz, associados ao Arcanjo São Miguel.